Descobrindo o Brasil
Viagem poética ao reino dos mamíferos brasileiros ameaçados de extinção
Livro voltado para o público infanto-juvenil. Para conhecer melhor o projeto visite o site no endereço: http://descobrindoobrasil.no.comunidades.net/.
Apresentação
Pindorama - terra das palmeiras. Assim os indígenas chamavam o Brasil ao tempo em que nosso país - continente era uma floresta quase contínua e, se as matas tivessem permanecido nas mãos de seus primeiros habitantes, talvez as florestas não tivessem sido dizimadas, as águas dos rios, lagoas e mares não padeceriam de progressivo envenenamento, as espécies animais do Brasil não correriam, como agora, o dramático risco da extinção.
A fauna brasileira, um patrimônio ambiental de valor inestimável, constitui um mundo que é nosso e que, fisicamente, conhecemos pouco, tornando-se um tanto mágico, uma porta entreaberta à realidade e aos mistérios da selva. Infelizmente, foi à custa do sacrifício de muitas espécies que recolhemos uma profunda lição: a Terra é um organismo cuja vitalidade depende de cada ser vivo. A vida de um é a vida de todos, e nossa sobrevivência está indissolúvelmente ligada ao destino dos animais.
O processo predatório impiedoso e , tantas vezes criminoso, já atinge a níveis desastrosos e irreversíveis.
Para se investigar o mundo animal e seu fantástico, mas complexo elo com os fenômenos da natureza, suas interrelações, é preciso ir além dos limites acanhados do próprio texto e da nomenclatura fria e interpretar o sentido exato da vida selvagem, atingindo o imaginário da floresta virgem. Porque, à medida que você desvenda a natureza, há mistura de componentes cognitivos e emocionais nessa procura, quase que sobrepostos: o interesse e o conhecimento.
Assim a obra de Carlos Alberto de Mello, " Descobrindo o Brasil ", uma rica e oportuna contribuição para a educação ambiental de crianças, jovens e adultos, que hoje é uma exigência constitucional . O livro oferece, de forma original e inteligente, uma fonte de pesquisas e manuseio, aliando a informação científica ao encanto da poesia, onde nossos animais, agora raros, se reavivam em movimentos, cores e brincadeiras, através de uma criativa viagem ao reino dos 58 mamíferos brasileiros em luta pela sobrevivência.
Seus versos alegres, ágeis e ritmados transparecem a dedicação de um trabalho sério, onde a mensagem, de alto valor educativo e cultural, não se esgota em suas páginas, sugerindo a reflexão, novas pesquisas em " sites " na Internet e, principalmente, a crença em um amanhã mais promissor, onde a ganância e o uso desordenado dos recursos naturais não tomarão o lugar e o direito à vida.
Bem se expressa o autor nesta estrofe, sobre o cervo-do-Pantanal
" Que Deus proteja seus passos
de balas de caçador.
Em vez de troféu na sala,
melhor um pouco de amor. "
Esse é o espírito da obra que celebramos, pela qualidade do seu conteúdo e o estilo extremamente agradável de transmissão de conhecimentos.
Arnaldo Niskier
Membro da Academia Brasileira de Letras
Organização do Livro
Este livro foi organizado de forma a oferecer ao leitor um painel representativo das 58 espécies de mamíferos brasileiros ameaçados de extinção. Para isso o Autor utilizou-se de duas visões distintas mas complementares. Uma é a visão cientifica, que é dada através das seguintes informações sobre cada um dos 14 animais (ou melhor, personagens) que foram selecionados para o livro:
- Nome popular;
- Nome científico com autor e data;
- Ordem;
- Família;
- Informações gerais;
- e Mapa de distribuição.
A segunda visão - fornecida por poemas e ilustrações sobre cada espécie selecionada - é a criativa, que busca entreter, provocar a reflexão e estimular a criatividade do leitor, relacionando às questões ecológicas, às questões culturais e sociais do Brasil.
Além disso, o livro apresenta a relação oficial dos mamíferos brasileiros ameaçados de extinção (com base na lista do IBAMA), referências bibliográficas e uma relação de sites na Internet, onde o leitor poderá aprofundar seus conhecimentos sobre o assunto.
Para facilitar a identificação das áreas nos mapas de distribuição, foi utilizada uma mesma base cartográfica, contendo as divisas estaduais numa escala reduzida da figura abaixo. Consultando este mapa o leitor poderá tirar eventuais dúvidas com relação ao nome dos estados e capitais onde as espécies ainda podem ser encontradas.
Figura: Mapa do Brasil com Estados e Capitais
Textos
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TAMANDUÁ-BANDEIRA
Myrmecophaga tridactyla (Linnaeus, 1758)
Ordem XENARTHRA
Família MYRMECOPHAGIDAE
Informações Gerais: É a maior das quatro espécies de tamanduás existentes, podendo atingir 39 Kg. Alimenta-se de cupins e formigas, possuindo capacidade limitada para abrir buracos e subir em árvores. A língua extremamente alongada e as garras desenvolvidas o auxiliam na captura das presas.
MAPA DE DISTRIBUIÇÃO
AMIGO TAMANDUÁ
O tamanduá-bandeira
tem pêlo denso e alongado.
A língua muito comprida;
focinho bem aguçado.
Prefere sair à noite
pra escapar do calor.
É lento e não agressivo.
Solitário caçador
de formigas e cupins.
O seu maior inimigo
é o homem, que tanto mata
que a espécie corre perigo.
Eu uma vez desenhei
um lindo tamanduá.
Quando acordei de manhã
ele não estava mais lá.
Procurei por toda a casa,
no quintal e no porão.
O tamanduá-bandeira
pintou no meu coração.
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PREGUIÇA-DE-COLEIRA
Bradypus torquatus Illiger, 1811 Ordem XENARTHRA Família BRADYPODIDAE
Informações Gerais: A preguiça-de-coleira é um animal de porte médio, com peso variando entre 4 e 6 Kg, sendo as fêmeas maiores e mais pesadas do que os machos. Espécie encontrada na Mata Atlântica se alimenta de folhas, frutos e flores. Sua digestão é extremamente lenta. A coloração do pêlo e o seu posicionamento entre a vegetação, aliados ao padrão de locomoção lento e silencioso, fornecem proteção à espécie contra seus predadores.
MAPA DE DISTRIBUIÇÃO
PREGUIÇA DO PREGUIÇA
A preguiça do Preguiça
dá à noite, dá de dia.
Quando faz muito calor.
Se a temperatura esfria.
Preguiça de não fazer
nada além do essencial.
De calcular cada gesto,
mesmo aquele mais banal.
Vegetariano convicto,
não consegue compreender
a violência dos carnívoros,
que matam para comer.
Enquanto almoça lianas,
nas árvores da floresta,
o Preguiça passa o tempo
contando a hora da sesta.
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TATU-BOLA
Tolypeutes tricinctus (Linnaeus, 1758) Ordem XENARTHRA Família DASYPODIDAE
Informações Gerais: Animal de pequeno porte, com 50-53 cm de comprimento, é o menor e o único tatu endémico ao território brasileiro. Espécie encontrada na região da Caatinga do Nordeste, possuindo uma dieta bastante diversificada. Sua característica mais notável é a capacidade de enrolar-se em situações de perigo, assumindo a fornia arredondada que deu origem ao seu nome popular.
MAPA DE DISTRIBUIÇÃO
BOLA BREJEIRA
No país da bola
pode o tatu-bola
desaparecer?
Absurdo pensar
o que vão falar
se isso acontecer.
Tatu brasileiro,
frágil e matreiro,
tão bom de se ver.
Parem a caçada!
Sai pra lá queimada!
Deixa ele viver!
Na mata-bandeira,
a bola brejeira
é ser e não ser.
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BIGODEIRO
Saguinus imperator (Goeldi, 1907) Ordem PRIMATES Família CALLITRICHIDAE
Informações Gerais: Animal de pequeno porte, com peso variando entre 400 e 500 g. Sua dieta é composta principalmente de frutos, pequenas presas (sobretudo insetos) e néctar. Sua característica mais marcante é representada pela presença de um comprido "bigode" branco, que lhe confere o nome vulgar de bigodeiro.
MAPA DE DISTRIBUIÇÃO
O CASO DO BIGODE
Imperador de bigode;
bigode de imperador.
Bigodeiro sem bigode
não seria Imperador.
Uma vez um caçador
disse: posso! "Não, não pode."
Respondeu o Imperador.
"Olhe bem no meu bigode...
ninguém ajeita ou sacode.
Sou um nobre Imperador!"
Examinando o bigode
concluiu o caçador:
-"Bigode de imperador,
agradeça ao que te acode.
Podia matar sem dor
se não fosse o teu bigode."
Bigodeiro fez seu pagode
e zombou do caçador.
Imperador sem bigode
não seria Imperador.
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MICO-LEÃO-DOURADO
Leontopithecus rosália (Linnaeus, 1766) Ordem PRIMATES Família CALLITRICHIDAE
Informações Gerais: O mico-leão-dourado é um primata de pequeno porte, próprio da Mata Atlântica da região costeira do estado do Rio de Janeiro. Alimenta-se principalmente de grande número de pequenos animais, e de muitos frutos. Uma característica única dos micos-leões é a utilização de ocos de árvores para dormitório.
MAPA DE DISTRIBUIÇÃO
VIAGEM MALUCA
Passei por Silva Jardim
e vi algo inusitado:
um mico-leão-dourado
andando perto de mim.
Em Casimiro de Abreu,
parei e fui almoçar
e quando quis descansar,
o mico reapareceu.
Do susto veio um arrepio:
sem nenhuma explicação
aquele mico-leão
me seguiu em Cabo-Frio.
Mal pude tirar a lama
no posto de gasolina,
pois logo ouvi a buzina
do carro em Araruama.
Na estrada de Saquarema
um grande engarrafamento.
Sentado no acostamento,
o mico riu do problema.
Depois em Rio Bonito,
cansado, quase dormindo,
fiquei acordado ouvindo
o assopro do seu apito.
Chegando em casa pensei:
- Agora, enfim, acabou!
Dormi e o mico voltou
nos sonhos que imaginei.
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JAGUATIRICA
Leopardus pardalis (Linnaeus, 1758) Ordem CARNÍVORA Família FELIDAE
Informações Gerais: Animal de porte médio, medindo 95 a 140 cm de comprimento e pesando de 7 a 12 Kg, a jaguatirica alimenta-se principalmente de aves, lagartos, ratos-do-mato, porcos-do-mato e cutias. Espécie noturna, costuma se abrigar sob troncos de árvores caídas, iniciando suas atividades de caça ao entardecer.
MAPA DE DISTRIBUIÇÃO
PEQUENA BELEZA
A jaguatirica
gosta de brincar,
de correr, pular...
de viver no mato.
Bonita e arisca,
troncos quer subir
só pra se exibir,
como qualquer gato.
Com arte e leveza
foge do perigo,
antes que o inimigo
monte a emboscada.
Pequena beleza
multicolorida
faz festa da vida,
mesmo ameaçada.
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ONÇA-PINTADA
Panthera onça (Linnaeus, 1758) Ordem CARNÍVORA Família FELID AE
Informações Gerais: A onça-pintada é o maior felino do continente americano, sendo que seu peso pode chegar a 158 Kg. Sua dieta varia de acordo com as características da região onde vive, englobando grandes e médios mamíferos, répteis, além de animais de origem doméstica. A caça comercial de caráter ilegal, direcionada para o mercado internacional de peles, principalmente europeu e norte-americano, constitui fator de grande risco para a espécie.
MAPA DE DISTRIBUIÇÃO
A MUSA
Linda, livre, veloz a onça-pintada
surge atraindo muita confusão.
Faz pose para ser fotografada.
Sabe usar de malícia e sedução.
Anda no Pantanal acompanhada.
Vai, sozinha, fazer meditação.
Dá um show na Amazônia. Apressada,
diz que nem viu seu site em produção.
Quem escapa do olhar dessa ferina
onça, filha da mata do Brasil?
Tigres, leões procuram a felina,
cada um com uma oferta mais gentil.
Nada disso impressiona a heroína;
musa com muita ginga no quadril.
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LOBO-GUARÁ
Chrysocyon brachyurus (Illiger, 1815) Ordem CARNÍVORA Família CANIDAE
Informações Gerais: O lobo-guará adulto pesa cerca de 20-23 Kg, mede 145-190 cm de comprimento e 80 cm de altura. E um animal solitário, que se alimenta de pequenos mamíferos, aves, insetos, répteis, tatus e frutos. Originalmente, era uma das espécies de carnívoros mais típicas do Cerrado brasileiro.
MAPA DE DISTRIBUIÇÃO
A NAMORADA DO LOBO
Lobo-Guará
Lobo-Guará
procura um par
pra namorar.
Uma lobinha
engraçadinha
pequenininha
bem bonitinha.
Lobo-Guará
Lobo-Guará
quando será
que vai achar.
Já procurou -
até sonhou -
e o grande amor
não encontrou.
Lobo-Guará
Lobo-Guará
com quem será
que vai casar.
Celibatário
ex-solitário
põe no diário
o seu calvário.
Lobo-Guará
Lobo-Guará
não quis deixar
de acreditar.
Então surgiu
um amor sutil
que lhe sorriu
primaveril.
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CERVO-DO-PANTANAL
Blastocerus dichotomus (Illiger, 1815) Ordem ARTIODACTYLA Família CERVIDAE
Informações Gerais: O cervo-do-pantanal é o maior cervídeo da América do Sul, podendo atingir 150 Kg e 120 cm de altura. Alimenta-se de vegetação herbácea e plantas aquáticas. Ocupa campos periodicamente inundados, como várzeas, áreas brejosas e savanas inundáveis. Devido ao seu porte avantajado e elegante, e também à sua haste que alcança 60 cm de altura, foi muito procurado como trofeu de caça. A pressão da caça furtiva tem diminuído, em função da progressiva raridade da espécie e sua ocorrência em áreas de difícil acesso.
MAPA DE DISTRIBUIÇÃO
CERVO-DO-PANTANAL
Cruzando as águas do rio,
o cervo-do-pantanal
parece estar num desfile
com seu andar triunfal
As pernas muito compridas
caminham sem vacilar.
No céu o sol se ilumina
querendo vê-lo passar.
O chifre é bela escultura...
e proteção contra o mal.
Que coisa linda é o cervo!
O cervo-do-pantanal.
Que Deus proteja seus passos
de balas de caçador.
Em vez de trofeu na sala,
melhor um pouco de amor.
O pêlo castanho brilha
no verde do matagal.
Que coisa linda é o cervo!
O cervo-do-pantanal.
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ARIRANHA
Pteronura brasiliensis (Gmelin, 1788) Ordem CARNÍVORA Família MUSTELIDAE
Informações Gerais: A ariranha é um dos maiores carnívoros aquáticos da América do Sul, sendo que os machos podem alcançar 1,8 m de comprimento e 26 a 32 Kg de peso. A alimentação da espécie é constituída principalmente de peixes, crustáceos e répteis. Apresenta um alto grau de sociabilidade e um forte vínculo entre o par dominante.
MAPA DE DISTRIBUIÇÃO
ROCK DA ARIRANHA
É o rock da ariranha,
quem quiser que venha ouvir.
Vou queimar fritar sua banha
de dançar, se divertir.
Chega logo no pedaço,
ponha a mão na minha mão.
Vê se faz igual eu faço
ou se quebre pelo chão.
Quero ver você comer;
o que eu como de manhã.
Rango tudo com prazer:
caranguejo, peixe e rã.
É o rock da ariranha,
quem quiser que venha ouvir.
Vou queimar fritar sua banha
de dançar, se divertir.
Minha turma é do barulho.
Vivo sempre em confusão.
Corro, nado, dou mergulho,
onde vou chamo atenção.
Se você entrar na dança
e puder me acompanhar,
nem precisa ser criança,
pode crer que vai gostar.
É o rock da ariranha,
quem quiser que venha ouvir.
Vou queimar fritar sua banha
de dançar, se divertir.
Veja o brilho do modelo
black tie do garotão.
Tira o olho do meu pêlo,
não está à venda não.
Todo mundo requebrando,
remexendo o corpo assim.
Com os braços acenando:
rock and roll chegou ao fim.
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LONTRA
Lutra longicaudis (Olfers, 1818) Ordem CARNÍVORA Família MUSTELIDAE
Informações Gerais: A lontra é um carnívoro de hábitos semi-aquáticos encontrado em todo o Brasil, exceto nas porções mais áridas da região nordeste. É um animal de porte médio, medindo cerca de l m de comprimento e pesando de 5 a 12 Kg. Sua dieta consiste principalmente de peixes, sendo suplementada por crustáceos, anfíbios, mamíferos, insetos e aves. As lontras ocupam vários tipos de ambientes aquáticos, tanto de água doce (rios, lagos), quanto salgada (lagunas, baías, enseadas).
MAPA DE DISTRIBUIÇÃO
O SHOW DA LONTRA
A lontra que conheci,
na Lagoa do Peri,
brincava de mergulhar,
de sumir e aparecer;
depois voltava a descer
dessa vez para pescar.
Arisca e pequenininha
conseguiu tornar, sozinha,
o dia mais agitado.
Todo mundo pediu bis
assim que a lontra feliz
deu o show por encerrado.
FOTO
BALEIA-FRANCA
Eubalaena australis (Desmoulins, 1822) Ordem CETÁCEA Família BALAENIDAE
Informações Gerais: A baleia-franca está entre os maiores cetáceos existentes, podendo atingir 18 metros e 95 toneladas, embora seja normalmente menor. Alimenta-se exclusivamente de plâncton, nadando lentamente com a boca aberta e filtrando o alimento com suas longas barbatanas de até dois metros. As fêmeas com filhotes buscam, preferencialmente, zonas costeiras abrigadas, tais como baías e enseadas, aproximando-se tanto da terra que muitas vezes aparentam estar encalhadas.
MAPA DE DISTRIBUIÇÃO
NAS ÁGUAS DO MAR
Baleia-franca
envolta assim
na espuma branca
do mar sem fim.
Temendo olhares
de embarcações,
com seus radares
e seus canhões.
Às vezes nada
aqui pertinho.
Traz à enseada
seu fílhotinho.
Tão grande e calma,
sem perceber,
alegra a alma
de quem a vê.
FOTO PEIXE-BOI
Trichechus inunguis (Natterer, 1883) Ordem SIRENIA Família TRICHECHIDAE
Informações Gerais: O peixe-boi é o maior mamífero de água doce da América do Sul, sendo característico da bacia Âmazônica. Devido aos seus hábitos herbívoros, a ocorrência da espécie está ligada à existência de trechos de rios com abundante vegetação aquática. Um indivíduo adulto pode chegar a pesar 500 Kg e medir mais de 2 metros. Possui o corpo comprido e cilíndrico, braços e cauda em forma de remos.
MAPA DE DISTRIBUIÇÃO
O SALVA-VIDAS
Camiseta muito justa,
sunga grande no coitado,
peixe-boi de salva-vidas
não dá conta do recado.
Quando surge algum perigo
ele está sempre ocupado:
ou comendo canarana,
ou dormindo sossegado.
Contador de muitos casos
de perigo e de bravura,
o roliço nadador
se chateia com censura.
Vidas salvas não se sabe
de nenhuma criatura,
mas o doce peixe-boi
já virou literatura.
FOTO
OURIÇO-PRETO
Chaetomys subspinosus (Olfers, 1818) Ordem RODENTIA Família ERETHIZONTIDAE
Informações Gerais: O ouriço-preto é um roedor de porte médio e de ocorrência restrita à região de Mata Atlântica, sendo que os machos adultos podem ultrapassar 2 Kg de peso. Sua dieta é composta de folhas jovens e frutos, inclusive o cacau. Seus espinhos diferem daqueles de outras espécies de ouriços, pois assemelham-se mais a cerdas, de onde se originou um de seus nomes populares, "ouriço-do-espinho-mole". Além deste nome, o ouriço-preto é conhecido também como "luís-cacheiro", "luís-cacheiro-dos-pretos", "boré", "gandu" ou "cuim".
MAPA DE DISTRIBUIÇÃO
OS NOMES DO OURIÇO
Eu sou o Luís-cacheiro,
não tenho quem me console.
Um roedor brasileiro;
Ouriço-do-espinho-mole.
Luís-cacheiro-dos-pretos,
assim me chamam também.
Sou recoberto de espetos,
mas não machuco ninguém.
Gandu, Boré e Cuim.
Veja só que confusão!
São tantos nomes pra mim
que acabo mesmo doidão.
Agora pensa comigo,
como posso suportar
se nem meu nome consigo
saber ao certo falar.
Porque pra quem sou Luís
não posso usar o Boré.
Quem não conhece Luís,
ouvi-lo também não quer.
Talvez eu deva fundir
a cuca de todo mundo.
Zé, vou chamar de Jandir.
Gustavo, que tal Raimundo?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Bernardes, A. T.; A. B. M. Machado & A. B. Rylands. 1989. Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.Fundação Biodiversitas, Belo Horizonte.
Coimbra-Filho, A. F. 1972. Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinç lde;o.
Academia Brasileira de Ciências, Rio de Janeiro.
Fonseca, G.A.B. 1994. Livro Vermelho dos Mamíferos Brasileiros Ameaçados de Extinção. Fundação Biodiversitas, Belo Horizonte.
Hetzel, Bia 1993. Baleias, Botos e Golfinhos Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro. Kaz, L. 1.992/3.Cerrado - Vastos Espaços. Editora Alumbramento, Rio de Janeiro.
Kaz, L. 1.994/5. Caatinga - Sertão, Sertanejos. Editora Alumbramento, Rio de Janeiro.
Kaz, L. 1.997. Amazónia Flora e Fauna. Editora Alumbramento, Rio de Janeiro.
Paiva, Melquíades Pinto 1999. Conservação da Fauna Brasileira. Editora Interciência, Rio de Janeiro.
Silva, F. 1984. Mamíferos Silvestres do Rio Grande do Sul. Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
ENDEREÇOS NA INTERNET:
http://www.bdt.org.br/bdt/biodiversitas/ Fundação Biodiversitas
http://www.bdt.org.br/bdt/redlist/ Fundação André Tosello
http://www.conservation..org.br/ Conservation International do Brasil
http://www.ibama.gov.br/ IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
http://www.mma.gov.br/ Ministério do Meio Ambiente
http://www.paraty.corn.br/golfinho/ Projeto Golfinhos
http://www.rio.rj.gov.br/riozoo/ Fundação RIOZOO
http: //www5.via-rs.com.br/ IWC Brasil
http://www.wwf.org.br/ WWF Brasil
RELAÇÃO DOS MAMÍFEROS BRASILEIROS AMEAÇADOS DE EXTINÇÃO
(fonte: Lista Oficial de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção - Portaria IBAMA n° 1.522, de 19 de dezembro de 1989)
M a m m a l i a - Mamíferos
1. Primates - Macacos
Alouatta belzebul belzebul (Linnaeus, 1766). Família Cebidae. Nome popular: guariba. Alouatta fusca (E. Geofrroy, 1812). Família Cebidae. Nome popular: barbado, guariba. Ateies belzebuth (E. Geofrroy, 1806). Família Cebidae. Nome popular: macaco-aranha. Ateies paniscus (Linnaeus, 1758). Família Cebidae. Nome popular: macaco-aranha.
Brachyteles arachnoides (E. Geofrroy, 1806). Família Cebidae. Nome popular: muriqui, mono-carvoeiro.
Cacajao calvus (I. Geofrroy, 1847). Família Cebidae. Nome popular: uacari.
Cacajao melanocephalus (Humbolt, 1812). Família Cebidae. Nome popular: uacari-preto.
Callicebus personatus (E. Geofrroy, 1812). Família Cebidae. Nome popular: guigó, sauá.
Callimico goeldii (Thomas, 1904). Família Callitrichidae. Nome popular: calimico.
Callithrix argentata leucippe (Thomas, 1922). Família Callitrichidae. Nome popular: sagui.
Callithrix aurita (E. Geofroy, 1812). Família Callitrichidae. Nome popular: sagui-da-serra-escuro.
Callithrix flaviceps (Thomas, 1903). Família Callitrichidae. Nome popular: sagui-da-serra.
Callithrix humeralifer (E. Geofrroy, 1 812). Família Callitrichidae. Nome popular: sagui.
Cebus apella xanthosternos (Wied, 1820). Família Cebidae. Nome popular: macaco-prego-do-peito-amarelo.
Chiropotes albinasus (I. Geofrroy & Deville, 1848). Família Cebidae. Nome popular: cuxiu-de-nariz-branco.
Chiropotes satanás utahicki Hershkovitz, 1985. Família Cebidae. Nome popular: cuxiu.
Chiropotes satanás satanás (Hoffmansegg, 1807). Família Cebidae. Nome popular: cuxiu.
Lagothrix lagotricha (Humbolt, 1812). Família Cebidae. Nome popular: barrigudo.
Leontopithecus chrysomelas (Kuhl, 1820), Familia Callitrichidae, Nome popular: mico-leão-de-cara-dourada,
Leontopithecus chrysopygus (Mikan, 1823). Família Callitrichidae. Nome popular: mico-leão-preto
Leontopithecus rosália (Linnaeus, 1766). Família Callitrichidae. Nome popular: mico-leão-dourado.
Leontopithecus caissara Lorini & Persson, 1990. Família Callitrichidae. Nome popular: mico-leão-da-cara- preta.
Pithecia albicans Gray, 1860. Família Cebidae. Nome popular: parauacu-branco Saguinus bicolor (Spix, 1823). Família Calliitrichidae. Nome popular: soim-de-coleira.
Saguinus imperator (Goeldi, 1907). Família Callitrichidae. Nome popular, sagui-bigodeiro.
Saimiri vanzolinii Ayres, 1985. Família Cebidae. Nome popular: mico-de-cheiro
2. Carnívora - Carnívoros
Atelocynus microtis (Sclater, 1882). Família Canidae. Nome popular: cachorro-do-mato-de-orelha-curta.
Chrysocyon brachyurus (Illiger, 1815). Família Canidae. Nome popular: lobo-guará. guará, lobo-vermelho,
Oncifelis colocolo (Molina, 1782). Família Felidae. Nome popular: gato-palheiro Felis concolor (Linaeus, 1771), Família Felidae, Nome popular; sussuarana, onça-parda,
Felis geoffroyi d'Orbigny & Gervais, 1844. Família Felidae. Nome popular: gato-do-mato.
Leopardus pardalis (Linaeus, 1758). Família Felidae. Nome popular, jaguatirica. Leopardus tigrina (Scheber, 1775). Família Felidae. Nome popular: gato-do-mato.
Leopardus wiedii (Schinz, 1821). Família Felidae. Nome popular: gato-do-mato, maracajá.
Grammogale africana (Desmarest, 1818). Família Mustelidae. Nome popular: doninha amazônica.
Lutra longicaudis (Olfers, 1818). Família Mustelidae. Nome popular: lontra.
Panthera onça (Linnaeus, 1758). Família Felidae. Nome popular: onça-pintada, canguçu, onça-canguçu, jaguar-canguçu
Pteronura brasiliensis (Gmelin, 1788). Família Mustelidae. Nome popular: ariranha.
Speothos venaticus (Lund, 1842). Família Canidae, Nome popular; cachorro-do-mato-vinagre.
3. Xenarthra - Desdentados
Bradypus torquatus Illiger, 1811. Família Bradypodidae. Nome popular: preguiça-de-coleira.
Mymercophaga tridactyla (Linnaeus, 1758). Família Mymercophagidae. Nome popular: tamanduá-bandeira.
Priodontes maximus (Kerr, 1792). Família Dasypodidae. Nome popular: tatu-canastra, tatuaçu.
Tolypeutes tricinctus (Linnaeus, 1758). Família Dasypodidae. Nome popular: tatu-bola, tatuapara.
4. Sirenia - Peixes-boi
Trichechus inunguis (Natterer. 1883). Família Trichechidae. Nome popular: peixe-boi, guarabá.
Trichechus manatus Linnaeus, 1758. Família Trichechidae. Nome popular: peixe-boi-marinho, manati.
5 Cetácea - Baleias e Golfinhos
Eubalena australis (Destnoulins, 1822). Família Baleanidae. Nome popular: baleía-franca, baleia-franca-austral.
Megaptera novaeangliae (Borowsky, 1781). Família Balaenopteridae. Nome popular: jubarte.
Pontoporia blainvillei (Gervais & d'Orbigny). Família Pontoporiidae. Nome popular: toninha, boto-cachimbo.
6 Rodentía - Roedores
Abrawayaomys ruschii Cunha & Cruz, 1979. Família Cricetidae.
Chaetomys subspinosus (Olfers, 1818). Família Erethizontidae. Nome popular: ouriço-preto.
Juscelinomys candango Moojen, 1965. Família Cricetidae.
Kunsia tomentosus (Lichtenstein, 1830). Família Cricetidae.
Phaenomys ferrugineus (Thomas, 1894). Família Cricetidae. Nome popular: rato-do-
mato-ferrugíneo.
Rhagomys rufescens (Thomas, 1886). Família Cricetidae. Nome popular: rato-do-mato-laranja.
Wilfredomys oenax (Thomas, 1928). Família Cricetidae. Nome popular: rato-do-mato.
7 Artíodactyla - Veados
Blastocerus dichotomus (Illiger, 1815). Família Cervidae. Nome popular: eervo-do-pantanal.
Odocoileus viginianus (Zimmermann, 1780). Família Cervidae. Nome popular: cariacu.
Ozotocerus bezoarticus (Linnaeus, 1758). Família Cervidae. Nome popular: veado-campeiro.